• Postado por : Projeto Caatinga quinta-feira, 11 de junho de 2015


    O processo de desertificação, no caso do semiárido brasileiro, é consequência do uso inadequado dos recursos florestais principalmente da Caatinga e Cerrado para o fornecimento de biomassa florestal no atendimento de considerável percentual da matriz energética do Nordeste e de outras regiões, por meio de desmatamentos; pelas práticas agropecuárias sem manejo adequado dos solos, provocando os processos erosivos e esgotando os solos; pelo sobrepastejo na pecuária extensiva comprometendo a textura dos solos e com isso a regeneração da vegetação; e pelo manejo inadequado dos sistemas de irrigação, com a consequente salinização da terra. A região de Irecê, em razão da matriz tecnológica de desenvolvimento praticado nas áreas agrícolas ao longo dos últimos 60 anos, se encontra neste mapa da desertificação, segundo a ONU – Organização das Nações Unidas. São mais de 500 mil hectares desmatados, os quais foram submetidos ao uso intensivo de máquinas, adubos químicos e venenos para o combate de pragas e doenças. A maior parte destas áreas se encontra esgotada do ponto de vista químico e físico, gerando significativo passivo ambiental e econômico, e, consequentemente social exigindo da sociedade e dos agentes públicos ações no campo da educação ambiental e revitalização das áreas atingidas, ponderando que a implantação de Sistemas Agroflorestais seja um dos caminhos a ser seguido. A agricultura por ter uma relação direta com o ambiente, essas atividades consomem inúmeros recursos naturais para a sua reprodução, o que potencializa graves problemas socioambientais. Esses problemas já vêm a muito tempo, sobretudo do manejo inadequado adotado durante séculos no Brasil baseados na monocultura e que deixam marcas na paisagem como o desmatamento, as ravinas e o assoreamento dos rios. O presente estudo propõe identificar os problemas ambientais resultantes das atividades agropecuárias no município de Irecê – BA, visto que, essa é (ou era) a principal fonte de renda na região. A associação entre manejo inadequado do solo e vulnerabilidade ambiental começou a ser discutida a partir da década de 70 com a “Revolução Verde”. Essa revolução potencializou a agricultura intensiva e a superexploração do solo, de modo a aumentar cada vez mais a produtividade do agricultor, como de fato ocorreu. A Revolução Verde teve o apoio do governo, que financiou durante anos o plantio e a colheita de várias culturas. Os agricultores recorriam à agricultura como forma de sustento de suas famílias, sem, no entanto, ter uma preocupação maior com os resultados dessa lógica, e assim seguiam colhendo safras recordes. Todavia, os recursos naturais não tardaram em demonstrar os efeitos dessas ações e as consequências são reveladas das mais diversas formas nos dias modernos: poluição do solo e do aquífero por defensivos agrícolas; erosão provocando o assoreamento dos cursos d’água, ravinas e voçorocas; repulsão populacional por não se ter onde plantar e, sobretudo, a sequela final, expressa na forma de uma violenta degradação que pode gerar áreas desertificadas. A localização de áreas susceptíveis a desertificação sobre o Platô de Irecê é um indicativo de que a principal causa da degradação das terras na região deve-se, sobretudo, ao manejo indiscriminado da agropecuária. A área de estudo esteve durante mais de 40 anos entregue a monocultura do feijão, esta última deixou os seus impactos no solo da região: Redução de reservas hídricas, salinização, compactação dos solos, êxodo rural. O planejamento rural é uma das formas mais plausíveis para conter o avanço de muitos problemas então discutidos, na medida em que usa o solo de forma racional. Assim, deve-se levar em consideração a aptidão e as características de determinada região para a agropecuária e não simplesmente impor um cultivo somente por ser mais rentável ou lucrativo, mesmo porque, é muito mais econômico prevenir a degradação do solo, do que recompor todo o seu potencial agrícola em que se encontrava anteriormente.


     Trabalho desenvolvido pelos alunos: Maria Fernanda , Stefane Barreto, Ludmila Pereira , Isadora Rodrigues , Anna Clara

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